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Daniel Batista

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onerb:  Qual a importância do seu trabalho para você? Daniel:  O meu trabalho é onde encontro forças, referências & inspiração para continuar a viver, meu trabalho me faz me sentir viva e faz com que eu tenha mais e mais forças para ser quem eu sou e quem eu almejo ser. É só com muita luta e suor vamos sair do anonimato e da “pobreza”.  onerb:  Sua família apoia seu trabalho? Daniel:  Não, meus pais nunca me apoiaram em absolutamente nada em que eu faço... onerb:  Como você enxerga a produção independente? Daniel:  Acho incrível, incrível a forma que nós pretos(as) temos vários dons e talentos, simplesmente como uma herança ancestral que carregamos em nossas veias e passamos de geração em geração. Eu falo por mim mesma eu nunca fiz curso de desenho, nem de tatuador, e hoje sou uma bixa tatuadora. Eu nunca fiz curso de produção cultural e tenho uma festa chamada 4:24 e nunca fiz curso de DJ e eu hoje sou DJ por esforço meu e por feedbacks ...

O primeiro de muitos ou o primeiro e último!

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Bom, esse texto será o primeiro de uma coluna mensal, de um jovem de 21 anos sem formação acadêmica em jornalismo/comunicação mas que precisa falar de várias formas e agora será escrevendo também.  Eu sinto varias coisas por ser produtor de conteúdo, duas delas é: dó e a outra é "você nunca será ninguém, bicha." (E o que é ser alguém?) Eu comecei a produzir conteúdo para internet por volta de 2017 e fico pensando em como é difícil tudo isso, tanto que na real não sei como começar esse texto. Porque simplesmente a sensação que fica aqui, é que eu vou ser a bicha que não sabe esperar o momento certo e que nada acontece assim, da noite pro dia, e é verdade. Tudo é uma construção de varias coisas, construir um publico, um foco de conteúdo, uma identidade e talvez para as pessoas eu ainda não tenha nada disso, apesar de saber quais são os meus focos para a produção e até hoje continuam os mesmos, as mudanças que ocorreram foram apenas para melhorar aquilo que eu já acredito. ...

Brrioni

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onerb: Quais as suas principais motivações no desenvolvimento de um trabalho?  Brrioni: Eu trabalho muito com a minha vivência na hora do desenvolvimento de uma letra sabe, minha escrita é baseada em tudo que vejo e vivo, sendo essa vivência boa ou ruim. Experiências fortes sempre me deram muito gás para escrever, eu começo e não quero parar, é muito louco! onerb: Sua família apoia seus trabalhos como uma artista?  Brrioni: Sim, hoje em dia até demais! No começo não me levavam muito a sério, quando perguntavam o que eu queria fazer depois da escola, e eu respondia que queria cantar rap, geralmente davam uma debochada da minha cara e depois eu levava uma bronca! Agora eles me acompanham, me parabenizam, creio que agora sim acreditam que isso é meu trabalho. onerb: Quais as dificuldades que você encontra no devolvimento de músicas, sendo uma mulher preta?  Brrioni: Mano, dificuldade para desenvolver minha música eu não tenho nenhuma. Dificuldade...

Sobre 'Depois de Você' do Luzo

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Eu (Breno) ouvi em primeira mão a nova música do Luzo (Depois de Você) e fiquei buscando como a descrever após ouvir, afinal não tenho experiência e nem formação para isso, mas saibam que é o meu desejo. Para quem já acompanha o Luzo, os sons dele costumam falar sobre amor, relacionamentos e tudo que se carrega e constrói nesses laços, e esse novo som fala sobre isso, sobre amor, mas em uma batida que em partes da vontade de dançar, enquanto se sofre tomando um bom vinho barato ou um corote no role. (segue a dica de um bom role, com músicas de artistas independentes e bons, com uma boa bebida com os amigos que vocês gostam). O som se desenvolve de uma maneira que surpreende a gente e isso é o que deixa o som muito gostoso de se ouvir, com um refrão que diz sobre a idealização que criamos em relacionamentos amorosos e como isso nos fere e nos torna de se certa forma, disponível a todo momento, sempre esperando um ‘oi’, um ‘vamos se ver’, mesmo que sabendo o quão tóxico será, pois...

Ashley Malia

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onerb: Com qual proposito você iniciou seus trabalhos na internet, sente que ainda hoje são os mesmos motivos que te mantém realizando o trabalho como criadora de conteúdo?  Ashley Malia: Eu comecei meus trabalhos com internet aos 11 anos, nem sabia o que estava fazendo direito, nem tinha dimensão do que era blog, internet ou a proporção desse nicho futuramente, só curtia muito escrever sobre as coisas que eu gostava. Meu primeiro blog foi sobre cultura pop, depois tive outros sobre cultura Geek e alguns pessoais. Sempre excluía e criava outros blogs e nunca entendia o porquê, só depois percebi que era o meu amadurecimento, eu já não gostava ou concordava com os conteúdos antigos, então criava tudo de novo, do zero.  Os motivos que me mantém hoje são completamente diferentes e estão inteiramente ligados à minha construção de identidade enquanto mulher negra. Hoje eu percebo a potência que é ter uma voz, antes silenciada, produzindo novas narrativas e cont...

Jonas Miguel

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onerb: A arte entra em sua vida de forma natural (incentivo da família, escola) ou porque motivo em especifico (desilusão, solidão, timidez)? Jonas Miguel: A arte entra em minha vida rasgando mesmo, invadindo, exigindo de mim uma postura, nem bate à porta, sabe? E ela já se modificou tantas vezes que hoje não sei dizer o que foi natural e o que não foi. Tudo começou com crocodilos e paisagens, flores e casas, desenhos infantis de uma criança buscando conseguir dinheiro pra comprar figurinhas pros seus álbuns. Todo mundo dizia que eu desenhava flores lindas. Que eu tinha sensibilidade. Depois que minha bisavó faleceu tudo se reformulou. Tudo ficou mais nítido. Meu primeiro contato com a tristeza de perder alguém me trouxe uma intensa amizade com a arte. Eu não sei dizer quais sentimentos mais afloram em mim quando busco refúgio em pincéis, tintas, caneta e papel. É tudo muito pessoal e intuitivo: às vezes eu só quero passar o tempo, me divertir, em outros momentos eu estou profun...

Lucas Hawkin

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onerb : Em que momento a arte entrou na sua vida?  Lucas Hawkin: Posso dizer que a arte se faz presente desde a minha infância, com 2 anos eu tive meu primeiro microfone de brinquedo e vivia cantando pelos cantos. Mas foi aos meus 15 anos que tive uma vivência mais íntima com a arte, conheci o Palco Elite, um projeto teatral do colégio no qual estudei no meu ensino médio. Onde tivemos que montar cenário, escrever roteiros, fazer figurinos e atuar. Eu como sempre tive muita vergonha, até que alguém teve que “abrir o espetáculo” e eu disse que poderia cantar. Cantei junto com a minha melhor amiga Marianna ( Stay e Hate That I Love You “ Rihanna ”). Foi ai que o coração gelou e a garganta esquentou. Era como se eu olhasse o mundo pela primeira vez e o mundo me olhasse de volta. Foi incrível cantar para mais de 500 pessoas e no teatro do grande Miguel Falabella . onerb: Qual processo de descoberta e aceitação para você foi mais difícil, se ver LGBTTQ ou negro?  ...