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Mostrando postagens de setembro, 2017

Murillo Zyess

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onerb: O que te motiva a continuar mesmo com toda dificuldade de ser artista independente? Murillo Zyess: Muitas coisas, mas a maior motivação é ver as pessoas se identificando saca, com as letras, com a vivência. As pessoas virem falar comigo que minha música ajudou de alguma forma na vida dela, seja na própria aceitação, na forma de pensar. Isso é mágico! É uma injeção de ânimo. onerb: Quando você se entendeu como negro?  Murillo Zyess: Demorou, infelizmente demorou. A sociedade o tempo todo tenta te embranquecer e eu reconheço que sendo um negro de pele clara, tenho algumas facilidades. Mas em questão de cabelo, traços durante todo o período escolar eu fui ridicularizado por ter o nariz grande e largo, o cabelo crespo. E eu não entendia, porque por ter pele clara eu não me enxergava negro. Eu lembro que eu vivia de capuz, com chuva ou sol, eu tava de capuz na cabeça. Eu alisava o cabelo mas passava uma semana e a raiz já tava lá lutando pra aparecer e isso gerava pi

Brendon Reis

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onerb: Quando você entendeu o que era ser negro no Brasil? Brendon Reis: Entre 2015 e 2016, com 18 anos. Nessa época eu estava namorando uma pessoa branca de classe média. Eu fui percebendo o que é ser negro no Brasil especialmente pelo tratamento deles comigo; se não fosse essa experiência, eu não teria me questionado, eu não teria chegado a uma conclusão com ajuda da internet e dos livros. Teve um dia que estava com a chave da casa dessa pessoa, ela estava viajando a trabalho e pediu para mim alimentar os dois cães, já que eu trabalhava ali perto. Só que nessa época eu também estudava, ou seja, meu dia era corrido. Nessa correria, após alimentar os cães pela manhã e no almoço, meu celular descarregou, desligou, e eu só consegui colocar ele na tomada pela noite. Quando liguei ele, havia dezenas de ligações dessa pessoa que eu me relacionava a mais de oito meses, havia um monte de mensagens desesperadas perguntando ‘onde eu estava’. Na hora eu liguei e disse que estava ali, que

Guihgo

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onerb: Quando você percebeu que gostava de escrever e cantar? Guihgo: Desde os 12 anos eu já criava composições, mas foi com os 14 que comecei a fazer disso uma forma de me expressar efetivamente, cantava numa banda de Hard Core, onde fiquei por um ano compondo, ensaiando, e tocando esporadicamente em festivais de Rock. Com o tempo aquela coisa toda começava a degringolar pra uma linguagem diferente, e comecei a entender que o que eu fazia era maior do que a caixa onde eu tinha resolvido me colocar. Descobri a arte Drag , fiz shows por quase todos os estados do Brasil, ganhei concursos e levei o meu Drag pra um público de quase 13 mil pessoas , foi aí onde entendi que o palco era meu lugar, e cantar era parte disso.  onerb: Qual a parte mais difícil de fazer trampo independente? Guihgo: A parte mais difícil é ENTENDER, é entender que não se pode fazer nada sozinho (sobretudo quando se é uma pessoa extremamente complexa e independente). É entender que as vezes voc

Lucas Félix (Blerd World)

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onerb: Quando você percebeu que precisava de um canal no YouTube? Lucas: Vixe, essa pergunta é bem complexa de se responder por que envolve criação. Em 2014 fiz meu primeiro cosplay na vida, do Super Choque. Ficou realmente ótimo pra uma primeira vez. Me falaram pra fazer tutorial pra colocar no youtube, mas nunca quis fazer apenas um vídeo assim e largar tudo. Porém, a ideia se manteve na minha cabeça. Ao passo que eu assistia outros canais e me tornava cada vez mais um consumidor assíduo do youtube, algumas ideias de conteúdo floresciam. E juntando essa vontade e necessidade de falar sobre personagens negros com a admiração que tenho por alguns youtubers/canais e no como eles alcançam e influenciam pessoas é que realmente decidi firmar o compromisso de começar um canal.  onerb: Qual a importância da representatividade hoje? Lucas: A representatividade é importante e necessária já a muito tempo. Não é de hoje que a história da população negra vem sendo reeditada conf

Hugo Dauê

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onerb: Quando descobriu que gostava de fotografar? Hugo: Bom, minha descoberta com a fotografia veio do Teatro. Quando estudava teatro sempre tinha uma visão mais de um todo como diretor e não com ator, nisso veio a ideia de fazer fotografia para me auxiliar na criação de cenas que tivesse uma estética e não somente uma cena em si só. onerb: Qual a parte mais complicada de fazer trampo autônomo? Se você precisasse viver disso (fotografia), conseguiria? Hugo: Todas, pelo menos eu sinto isso!  Fazer trampo autônomo é saber que nem sempre tu terá um trampo mesmo, é se dedicar a algo que nem sabe se terá resultado. As coisas começam a fuder (usando o português bem claro) quando tu precisa de dinheiro, mesmo que for pra comer ou trocar os equipamentos. A parte complicada pra mim é isso, esse momento onde tu olha pro lado no teu quarto e fica pensando, que porra eu estou fazendo? Mas é tão gostoso quando tu acerta. Lado ruim e bom tem em todas as áreas! Se eu consigo viver

Antônio Augusto

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onerb: Quando você começou a se interessar por corte e costura? António: Na minha adolescência, quando achava legal em querer fazer as minhas próprias roupas, mas confesso que não sabia por onde começar. Tinha interesse pela moda, mas ainda me sentia perdido, justamente por não saber por onde começar na área. Demorei pra descobrir que meu lance na área era a modelagem e a costura. onerb: Qual é a maior dificuldade em fazer um trampo autônomo? O que mais te desmotiva? António: Tem dias que tem trabalho e tem dias que não tem. Quando não tem, confesso que bate um desespero, principalmente quando você tá começando e não tem uma cartela grande de clientes. Tem que ter muita paciência e persistência  pra seguir com o seu negócio. O que me desmotiva é a forma em como as pessoas desvalorizam a mão de obre de quem costura. Fazer uma roupa sob medida não é a mesma coisa que comprar uma roupa numa magazine, por exemplo. onerb: Sempre acaba gente reclamando do preço?!  An

Luzo

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onerb: Como você percebeu que gostava de escrever e cantar? E quando começou isso? Luzo: Eu sempre gostei de escrever, sabe? Na maioria das vezes eram poemas e etc. Mas foi com 16 anos, quando eu passei por uma fase muito difícil na minha vida que eu comecei desenvolver isso. Meu psicólogo, na época, me orientou dizendo que eu deveria tentar transformar as coisas que sufocavam em algo bom. Tipo canalizar os sentimentos ruins, sabe? Eu amava cantar e escrever, mas na época eu não tinha suporte e não sabia tocar nenhum instrumento (além de ser muito tímido também), então comecei a escrever umas músicas sobre as coisas que me deixavam mal. No fim ano passado eu achei essas composições e decidi transformá-las em música. onerb: Qual a parte mais difícil de fazer arte/trampo sozinho? Luzo: Eu só vejo dificuldade na hora da divulgação. O pessoal que me acompanha sabe que eu sou uma pessoa muito sem ambição e isso me atrapalha muuuuito. Talvez seja porque eu não sonho em ficar famoso