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Mostrando postagens de junho, 2018

Ylá

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onerb: Qual foi seu primeiro contato com a música?  Ylá Borges: Bom, meu primeiro contato com a música que eu me lembre, aconteceu na minha formatura, de alfabetização, quando eu era menor, eu fui oradora e pediram pra mim cantar, depois de fazer o juramento, eu cantei todo mundo gostou e acharam muito fofinho, minha voz fofinha e aí eu acreditei, de fato. E comecei a prestar atenção no que eu cantava, em como minha voz saia, enfim. Foi depois desse episódio que eu comecei a me ligar mais na música.  onerb: Em que momento você se descobriu uma trançadeira, foi por questão financeira ou não?  Ylá: Sobre ser trançadeira, eu comecei a fazer trança porque eu tinha dificuldade de aceitar meu crespo na época. E aí eu fazia trança uma atrás da outra, eu fazia trança e retirava, não olhava o cabelo e quem bancava era meu pai, e aí ele cansou de bancar essas mudanças e disse que se eu quisesse ficar mudando de cabelo todo mês que era pra eu aprender a fazer meu próprio cabel

O funk está preto de novo

Já dizia Rincon Sapiência se a coisa tá preta a coisa tá boa não é mesmo? Acredito que dos meus 12 até meus 15 anos frequentei assiduamente os bailes (que na época existiam em todo canto), Octalles , Irecê , Campo do Sabão , 50 , Salgueiro , Rua 6 , Vicente e tantos outros, as minas pretas não tinha espaço e nem se tocava no assunto “cabelo natural”, olhando para aquela época acho um discurso IMPOSSÍVEL, o cabelo tinha que ser lisão, preto e na altura do quadril no mínimo, quanto mais embranquecida melhor, qual o melhor troféu para um preto de quebrada se não uma mulher branca do lado? Mas isso é história pra outro dia. Anos se passaram e os bailes cada vez mais oprimidos pelo Estado, lei do silêncio, diversas tentativas políticas de colocar um baile dentro de um local “seguro e fechado” e os poucos que resistiram e resistem me fizeram conhecer um novo lugar, esteticamente falando. Depois de alguns anos longe de baile por diversos motivos e entre eles assegurar minha vid

Quebrada Queer

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onerb: Qual a perspectiva do Quebrada Queer em relação aos espaços de rap e LGBT e como vocês visam juntar os dois tanto pro meio LGBT de levar o rap, quanto pro meio do rap de levar as(os) LGBT's?  Quebrada Queer (Guigo): A gente nunca teve uma perspectiva na música e nos últimos anos tivemos que desbravar esses espaços onde nem a nossa música (rap) tinha espaço no cenário LGBTQ e nem a nossa existência (Gays) tinha legitimidade no universo do rap. Acontece que de alguma forma a gente criou esse espaço de sobrevivência e descobrimos que ele não deveria ser solitário, afinal de contas existem diversos artistas QUEERS resistindo e desbravando espaços onde a gente ainda não pode alcançar. Eu quero dizer, estamos hoje em um dos principais canais de rap no Brasil (RAPBOX), apresentando um som que traz 5 experiências diferentes do universo LGBTQ, pra um público majoritariamente masculino, e fizemos isso com muito profissionalismo e coragem, sabe, isso nunca aconteceu, nunca ho