Luzo


onerb: Como você percebeu que gostava de escrever e cantar? E quando começou isso?


Luzo: Eu sempre gostei de escrever, sabe? Na maioria das vezes eram poemas e etc. Mas foi com 16 anos, quando eu passei por uma fase muito difícil na minha vida que eu comecei desenvolver isso. Meu psicólogo, na época, me orientou dizendo que eu deveria tentar transformar as coisas que sufocavam em algo bom. Tipo canalizar os sentimentos ruins, sabe? Eu amava cantar e escrever, mas na época eu não tinha suporte e não sabia tocar nenhum instrumento (além de ser muito tímido também), então comecei a escrever umas músicas sobre as coisas que me deixavam mal. No fim ano passado eu achei essas composições e decidi transformá-las em música.


onerb: Qual a parte mais difícil de fazer arte/trampo sozinho?


Luzo: Eu só vejo dificuldade na hora da divulgação. O pessoal que me acompanha sabe que eu sou uma pessoa muito sem ambição e isso me atrapalha muuuuito. Talvez seja porque eu não sonho em ficar famoso. Faço as músicas porque é o único momento em que eu me sinto totalmente representado e livre, e quero que as pessoas sintam isso também. Então, quando se faz uma coisa sozinho e você não tem a habilidade de ser um bom... "vendedor", vamos dizer assim, do seu produto, compromete bastante no alcance do seu trabalho.


onerb: Você não acha que as pessoas podiam dar uma oportunidade pra artistas que começam, sabe, conhecer o novo? 


Luzo: Sim! Acho que as pessoas têm medo do que é novo. Ou elas acham que é trash demais, ou ambicioso demais, ou pouco demais... sempre tem algum motivo para não se arriscarem. Mas eu não culpo essas pessoas. Isso já aconteceu comigo várias vezes, digo, rejeitar a proposta de um artista no começo e depois descobrir que aquele cantor era incrível.


onerb: O que você costuma ouvir, indique um cantor? E qual seu gênero, no que tu produz ou acha que não se encaixa em nenhum?!


Luzo: DREAMPOP! Gosto de todo tipo de música, mas o Dreampop foi o que mais me abraçou. Meus cantores preferidos nesse gênero são a HANA e o Jaloo, que foi uma inspiração para a minha música "Nossa Dança". Nunca consegui definir o meu estilo de música. Uns dizem que é MPB, outros Pop, também tem os que dizem que meu som é indie. Mas eu não consigo definir as minhas músicas. 

As minhas primeiras composições eram mais ligadas ao Pop e ao Dreampop, e as últimas tem uma pegada de Rock Alternativo. Então é difícil dizer qual é o gênero certo. 

onerb: Você pensa na possibilidade de viver apenas do teu trampo ou apenas um lucro a mais/hobbie? 


Luzo: Não. Nunca vi a música como algo rentável. Não pra mim. Prefiro levar na brincadeira, e se por um acaso rolar de eu ser reconhecido por isso, vou ficar feliz. Apesar de não ser o meu propósito.


onerb: E você tem vontade de trabalhar com o que? 


Luzo: Jornalismo. Sei que não tem nada a ver com música, mas é o curso que eu mais me identifico.


onerb: E chegamos ao fim da primeira entrevista que foi maravilhosa e o Luzo vai deixar uma mensagem pra vocês que desejam começar algum trampo independente e tem aquele medo/receio. Se inspire e SE TORNE ÚNICO, ONERB.




Luzo: Primeiro de tudo: você precisa saber que as coisas são lentas e que nem tudo vai sair como o planejado. Então, se tu começa a se dedicar em algo com a intenção de estourar logo de cara, nem começa. Você vai acabar frustrado e decepcionado. Faça aquilo que ama e aceite o carinho dos outros em troca.

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