Hugo Dauê


onerb: Quando descobriu que gostava de fotografar?

Hugo: Bom, minha descoberta com a fotografia veio do Teatro. Quando estudava teatro sempre tinha uma visão mais de um todo como diretor e não com ator, nisso veio a ideia de fazer fotografia para me auxiliar na criação de cenas que tivesse uma estética e não somente uma cena em si só.

onerb: Qual a parte mais complicada de fazer trampo autônomo? Se você precisasse viver disso (fotografia), conseguiria?

Hugo: Todas, pelo menos eu sinto isso! 
Fazer trampo autônomo é saber que nem sempre tu terá um trampo mesmo, é se dedicar a algo que nem sabe se terá resultado. As coisas começam a fuder (usando o português bem claro) quando tu precisa de dinheiro, mesmo que for pra comer ou trocar os equipamentos. A parte complicada pra mim é isso, esse momento onde tu olha pro lado no teu quarto e fica pensando, que porra eu estou fazendo? Mas é tão gostoso quando tu acerta. Lado ruim e bom tem em todas as áreas!
Se eu consigo viver disso? Atualmente não, mas pra ser sincero ainda não estou tentando viver definitivamente, tenho minhas outras vias. 

onerb: Você segue algum estilo para suas fotos? Qual? Tem alguém em que se inspire? Indique pra gente!

Hugo: Eu não tenho um fotógrafo fixo como referência. Uso como inspiração alguns períodos da historia da arte, como o Neoplasticismo e o Minimalismo. Gosto da ideia que o menos o essencial é o mais, que podemos expressar sem muitos ornamentos. 

onerb: Você acha que o trabalho de um fotógrafo é pouco valorizado? Porque acha que isso acontece?!

Hugo: Não diria que é pouco valorizado, porém, atualmente é muito fácil tirar fotos então quando tu cobra X valor as pessoas desconsideram que por trás das câmeras existe uma pessoa que se qualificou para aquilo. O que mais perturba é isso. Pessoas que não valoriza o fotógrafo mais sim a câmera
"Nossa que foto ótima, a câmera é boa em" 
Nunca diga isso para um fotógrafo!

onerb: Qual seu maior sonho?

Hugo: É fundar oficial a THE HAUS, minha equipe criativa. É algo bem simples porém requer muito trabalho. 

onerb: Você pensa em dar oportunidade para negros LGBTTQ na the haus? 

Hugo: Claro que sim! Estou criando um editorial onde eu falo justamente sobre o assunto. Ainda mais onde o tema central dá equipe é moda e o mercado só coloca modelos brancos e raquíticos. A síntese dá The Haus é essa, colocar quem o grande mercado não coloca como centro! Apesar de muitas fotos minhas terem pessoas brancas retratadas, eu tenho uma grande noção das coisas e como é complicado ser negro e LGBTT dentro do mercado. 


onerb: Você pensa na possibilidade de algum outro trampo além da fotografia e do projeto the haus?

Hugo: Porra, não. Eu já criei o projeto pra me satisfazer em tudo como artista. Já demorei tanto, percorri tantos outros caminhos, esse projeto hoje é a conclusão de todos os erros e acertos, então não penso em possibilidades fora a esses trampos.

onerb: E hoje chegamos ao fim de mais uma entrevista maravilhosa e o Hugo vai deixar uma mensagem pra vocês que desejam começar algum trampo independente e tem aquele medo/receio. Se inspire e SE TORNE ÚNICO, ONERB.

Hugo: Não desista, mesmo que parece que não tenha nada pra dar certo. A única pessoa que pode dizer se dará certo é você mesmo. Então meu amor se jogue, faça contatos, mais muitos contatos, um dia tu irá precisar deles. Tenha consciência em tudo que tu está fazendo e o que irá fazer. Por fim, manda todo mundo tomar no cu, por que quem manda na porra dá tua vida é você, nos sabemos o quanto nos brilhamos não os outros !!


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