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Lucas Hawkin

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onerb : Em que momento a arte entrou na sua vida?  Lucas Hawkin: Posso dizer que a arte se faz presente desde a minha infância, com 2 anos eu tive meu primeiro microfone de brinquedo e vivia cantando pelos cantos. Mas foi aos meus 15 anos que tive uma vivência mais íntima com a arte, conheci o Palco Elite, um projeto teatral do colégio no qual estudei no meu ensino médio. Onde tivemos que montar cenário, escrever roteiros, fazer figurinos e atuar. Eu como sempre tive muita vergonha, até que alguém teve que “abrir o espetáculo” e eu disse que poderia cantar. Cantei junto com a minha melhor amiga Marianna ( Stay e Hate That I Love You “ Rihanna ”). Foi ai que o coração gelou e a garganta esquentou. Era como se eu olhasse o mundo pela primeira vez e o mundo me olhasse de volta. Foi incrível cantar para mais de 500 pessoas e no teatro do grande Miguel Falabella . onerb: Qual processo de descoberta e aceitação para você foi mais difícil, se ver LGBTTQ ou negro?  ...

Pedro Neves

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onerb: Como funciona seu processo de criação, e se hoje já não é da mesma forma como no início?  Pedro Neves: Meu processo de criação sempre teve a mesma base, que foi o ser humano e a individualidade de cada um, no inicio, quando comecei meus primeiros trabalhos autorais falavam muito sobre angustias e questões internas do ser humano, por influência do consumo de literatura e cinema existencialista kkkk, hoje em dia tento retratar pr'alem disso, falo de questões mais espirituais e ancestrais, mas ainda me inspiro na individualidade de cada ser humano que estou retratando, seja em pintura ou fotografia. onerb: Qual(is) artista(s) você tem como referência e gostaria de uma colaboração?  Pedro: Poxa, tem varios, mas vejo muitos no instagram e sou péssimo pra gravar os nomes kkkk' um deles é o @iwintola que admiro a mo tempo, tem umas meninas da UFMG também, @julianismo_ e @a0elisa, que seria massa produzir algo com elas, tem a  @denisepsantos, que conta...

Alanne França

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onerb: O processo de criação para você é algo complexo e organizado, ou vai tudo no liguei a câmera e gravei?  Alanne: Meu processo de criação é um pouco mais elaborado, todo vídeo meu sempre tem roteiro de no mínimo 3 tópicos e nunca são "simplesmente gravados", dou uma pesquisada antes, pra não falar coisas com coisa, sabe? onerb: Qual a parte mais complicada na realização de um trampo independente, a criação ou a divulgação?  Alanne: A parte mais complicada é que as pessoas ainda enxergam quem trabalha com internet como alguém que "só quer likes", ou que é "fútil", o que torna o trabalho e elaboração dele mais difícil, pelo fato de rolar aquele medinho de ser "mais irrelevante do que já acham que sou". onerb: Se hoje você pudesse escolher uma pessoa para gravar quem seria? Alanne: Com certeza, Nicole Balestro ou Gabi de Pretas . Nicole não é do ramo direto de criação de conteúdo para o Youtube, mas tem uma história d...

Siamese

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onerb: Trabalhar no meio artístico sendo um preto LGBTTQ para você é?  Siamese: É essencial, nos deparamos em uma sociedade cada vez mais se encaminhando ao retrocesso. Me posicionar quanto preto e  LGBTI hoje é fundamental para que outras manas se identifiquem e se sintam livres pra serem quem elas desejam. Não é fácil esse posicionamento no meio da música porque vejo minha arte como ferramenta política e de empoderamento, não faço só pelo entretenimento, e geralmente as pessoas estão acostumadas a escutar coisas genéricas e de pura curtição, sem grande peso nas letras. onerb: Ao entregar um trabalho você sente que recebe do público o que esperava?  Siamese: Quando entrego uma música claro que quero que ela seja ouvida pelo maior número de pessoas, mas eu não me apego a quantidade ou a velocidade que ela vai atingindo o público. Não tem como prever a reação do público isso é muito subjetivo, cada pessoa vai receber o som de uma maneira. Mas nesse 1 an...

Esmeralda: por que não dancei

Quando minha mãe ingressou na universidade por volta de 2013, o curso de Serviço Social nos abriu caminhos, digo ‘nos’ porque eu ajudava em maior parte dos trabalhos acadêmicos e acabava lendo os livros e os filmes que a grade do curso pedia. Entre “Estação Carandiru”(1999), “A tragédia de Eloá: uma sucessão de erros”(2008), me lembro bem de “Esmeralda: por que não dancei” (2000), esse livro mexeu muito comigo, eu nunca tinha visto um livro assim, pelo título pensei que fosse uma dessas histórias sobre alguma bailarina desapontada por não ter participado de um grande espetáculo, mas o ‘dancei’ na verdade se tratava daquela expressão ‘se dar mal’ e nas primeiras páginas já consegui ver cada cena que Esmeralda contava e imaginava o motivo dela não ter dançado. A menina que foi estuprada pelo padrasto durante boa parte da infância e maltratada pela mãe, decide fugir de casa aos 8 anos e nós leitores já podemos imaginar o fim né? Esmolas, roubos, crack, crime, fugas da antiga Febem, esta...

André Lima (Coletivo I AM)

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onerb: Qual processo pra você foi mais complicado se ver um corpo negro ou um corpo LGBTQIA+?  André Lima (Coletivo I AM): Minha maior dificuldade foi comigo mesmo em questão de se reconhecer como um homem negro, por ser um negro de pele clara, o “pardo” ou  “mestiço”,  que são formas de reconhecimento geral pelas pessoas simplesmente por você  ter uma pele negra clara, quando era mais novo  eu nunca sabia o que colocar em documentos e testes, se era, branco, pardo ou negro, e quando eu perguntava para alguém respondiam “pardo”, com o tempo e conhecimento até mesmo pessoal e familiar fui me identificar como negro, como muitos outros negros de pele clara. Mais ainda assim em questão de trabalho é sempre visível o preconceito por ser um homem negro gay. Em parte por ser homossexual minha maior dificuldade foi da tal “aceitação da sociedade”, por ser uma pessoa totalmente reservada eu levava muito em consideração a aceitação dos outos e ficava pensando “s...

A estética da favela causa incômodo até demais

Começo esse texto dizendo que não sou especializada em moda, eu mal conheço a definição exata do termo mas o que vamos falar tem e não tem a ver com moda ao mesmo tempo. A questão é que a representatividade apesar de muito ampla é também muito individual, aprendi com o Coletivo Abebé em uma palestra na Redbull Station que também devemos ser protagonistas da representatividade que tanto queremos, a revolução estética tem sido muito presente dentro dos movimentos sociais, feministas, dentro do próprio movimento negro mas apesar de tudo isso as pessoas não se sentem contempladas por nenhum daqueles discursos, corpos e estilos. Eu penso diretamente na população jovem periférica com um recorte ainda maior, a população funkeira mesmo, todos os dias na vida, eles saem com seus cortes "chaves", calças de tactel, seguido de camisetas de time ou de grifes conhecidas pelas quebradas, os tênis sempre específicos, mizuno, puma disk, spring blade, nike shox, 12 molas e não estou estere...