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Virgo

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onerb: Qual a maior barreira que você enfrenta enquanto artista independente? Virgo: São muitas as barreiras enfrentadas quando se é um artista independente. Na música, os desafios se estendem da gravação de uma canção, ou disco, até a sua distribuição, divulgação e além. Eu sou feliz porque minha geração tem o privilégio da internet, que torna a música mais acessível.  E música deve ser acessível. Ao mesmo tempo que a independência enquanto artista é interessante, porque você pode produzir 100% da sua maneira, ela te limita. A ausência de apoio é triste quando você tem boas ideias, mas não pode realizá-las porque é financeiramente inviável. onerb: Qual sua faixa favorita do EP e porque? Virgo: A minha faixa favorita do EP é Close to Her, porque eu gosto das mudanças e de como ela cresce. Foi a primeira música que escrevi das cinco e eu quis lançá-la como o primeiro single, porque ela não entregaria de primeira a essência do EP como um todo. O clipe, dirigido ...

Sobre 'PRETA' da Mc DELLACROIX

GRITE, esse é o foco do rap, é preciso gritar o que te machuca e pra alguns corpos esse grito vem com mais raiva, cansaço, revolta. O foco do rap que eu ouço é um rap que vai te tirar da zona de conforto e te levar ao incômodo. E pra falar de 'PRETA' eu preciso te dizer que o incomodo vai reinar e cabe a você refletir pra mudar ou continuar sem entender a dor e a solidão de ser trava e preta. O novo single da Mc DELLACROIX, é forte, é bonito, é sobre você dizer o que te aflige, como ela mesma diz na música. Eu tive a oportunidade de ouvir em primeira mão e posso falar que é o tipo de som que emociona e que leva você a pensar sobre quem é você, quem você sente que é, se gosta de ser quem é. 'PRETA' como 'QUEBRada' (o primeiro single dela), fala sobre empoderamento, sobre aceitação e como a sociedade a vê. Mas eu, particularmente a vejo como ela sempre se descreve, uma travesty de negócios, e com certeza vai bagunçar sua mente e fazer entender que o mundo não é ...

Alan Costa (Coletivo AFROBAFHO)

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onerb: Qual a parte mais difícil em produzir um trampo independente? Alan Costa (Coletivo AFROBAFHO): Creio que a maior dificuldade em produzir algo independente é a faltar de incentivo financeiro, somado aos inúmeros gastos com burocracias pra colocar um produto cultural na rua. Em Salvador, infelizmente, passamos por um período de gentrificação dos espaços de lazer e perseguição aos produtores de eventos independentes. onerb: Sua família tem uma boa aceitação por você ser lgbttq? Alan Costa (Coletivo AFROBAFHO): Hoje em dia, eu tenho total apoio de meus pais e alguns membros da família. Entretanto, outros não aceitaram, principalmente pela maneira que eu me coloca diante da sociedade, fora de um padrão heteronormativo. Mas estou satisfeito com o apoio de mainha e painho, e isso me fortalece para lidar com o preconceito do mundo. onerb: Você vê possibilidade de apenas viver como um produtor independente? Alan Costa (Coletivo AFROBAFHO): Por enquanto, é uma...

Marina Cruz (Coletivo I’AM)

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onerb: Qual o intuito do coletivo I’AM? E quando começou? Marina Cruz (Coletivo I’AM): O intuito do coletivo é principalmente valorizar a beleza que cada minoria possui, a beleza que por tanto tempo disseram que não existia em nós. No início era voltado apenas para a beleza negra, até que percebemos que poderíamos expandir isso, até porque nós negros não somos a única minoria, portanto pretendemos nesse ano de 2018 incluir mais diversidade.  A I am começou no início de 2017, depois que o coletivo surgiu nós finalmente pudemos colocar nossas vontades, desejos e pensamentos em editoriais, como dizem por aí uma imagem fala mais que 1000 palavras. Então usamos desse poder da imagem para enfim mostrar o nosso poder. onerb: O que mais te desmotiva enquanto produtora independente?! Marina Cruz (Coletivo I’AM): Com certeza é a falta de grana, o famoso dinheiro é aquilo que sempre complica, sem dinheiro consequentemente não temos estúdio, não temos modelos, não temo...

Enme

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onerb: Qual a importância da sua arte pra você? Enme: Eu sempre busquei algo que me identificasse e levei tempo pra achar representações significativas. Buscava muito a cultura de fora, sendo uma criança de favela o acesso ao mundo era um tanto complicado. Então eu resolvi ser minha própria representação, eu resolvi fazer algo que representasse aquilo que eu queria ver, ouvir e consumir desde criança. Pelo visto eu não estava só, existiam outras crianças iguais a mim e eu acabei atendendo o desejo delas com minha arte. Assim elas me escolheram para representá-las também, talvez seja por isso que estou aqui dando essa entrevista. Por causa de pessoas como eu que desejam  uma persona assim para se ver nos meios de destaque. onerb: Quais os melhores momentos que sua arte te proporcionou? Enme: Aiiiii são tantos! Conhecer artistas incríveis como Rico Dalasam , Karol Conka , Gloria Groove , Mc Carol , Lia Clark , Pabllo Vittar , Iza . Nomes que importam muito pra m...

HARLLEY

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onerb: Qual a maior dificuldade que você enfrenta sendo um artista independente? HARLLEY: Ser um artista independente, vem com uma série de negatividades que nem partem de dentro de nós! Essa é a pior parte! As pessoas não reconhecem arte independente como trabalho e não estão dispostas a ajudar um artista, mas assim que o primeiro trabalho sai, crucificam e sempre opinam no que deve ser melhorado, isso gera MUITA insegurança, então, falando sobre realidade, ser um artista independente é como carregar uma mochila nas costas, lotada de chumbo. Por isso, é extremamente importante que todo mundo que trabalha com arte independente, esteja muito focado no que deseja fazer, e acredite muito no seu próprio talento, ignorando tudo de mal que as pessoas querem dizer. Os artistas são os primeiros a dar cara a tapa, seja com poesia, música, textos. Quando a gente acredita no nosso trabalho, pessoas incríveis surgem admirando o nosso trabalho, e são pra essas pessoas que a gente continua ...

Madame Satan

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onerb: Quando foi que você percebeu que gostava de escrever? E qual formato foi sua primeira escrita autoral? (Poesia, texto, letra de som) Madame Satan: Foi no fim do ensino fundamental, indo para o ensino médio, na época eu tive meu primeiro amor, um menino hétero, nada novo sobre o sol né?! E isso causou muito caos interno em mim e meu refúgio foi escrever. Na época era em formato de textos dramáticos, algo meio sombrio e profundo como se eu contasse tudo em metáforas para alguém. onerb: Como foi a reação da sua família ao se dizer LGBTTQ? Madame Satan: Eu sempre foi muito amigo da minha mãe e nunca fui alguém que disfarçava bem. Teve um dia que nós estávamos conversando sobre uns amigos meu e aleatoriamente ela perguntou  "vc é gay ?" e eu respondi que "sim!", deu um frio na barriga, o cu não passava uma agulha mas tudo deu certo, ela me fez algumas perguntas tipo como quem sabia ou se eu já tinha ficado com homens e falou que já imaginava que e...