Ylá


onerb: Qual foi seu primeiro contato com a música? 

Ylá Borges: Bom, meu primeiro contato com a música que eu me lembre, aconteceu na minha formatura, de alfabetização, quando eu era menor, eu fui oradora e pediram pra mim cantar, depois de fazer o juramento, eu cantei todo mundo gostou e acharam muito fofinho, minha voz fofinha e aí eu acreditei, de fato. E comecei a prestar atenção no que eu cantava, em como minha voz saia, enfim. Foi depois desse episódio que eu comecei a me ligar mais na música. 


onerb: Em que momento você se descobriu uma trançadeira, foi por questão financeira ou não? 

Ylá: Sobre ser trançadeira, eu comecei a fazer trança porque eu tinha dificuldade de aceitar meu crespo na época. E aí eu fazia trança uma atrás da outra, eu fazia trança e retirava, não olhava o cabelo e quem bancava era meu pai, e aí ele cansou de bancar essas mudanças e disse que se eu quisesse ficar mudando de cabelo todo mês que era pra eu aprender a fazer meu próprio cabelo e hoje eu tiro meu ganha pão através das tranças.


onerb: Qual a importância que a sua família vê nos seus trampos?

Ylá: A importância que minha famílias vê nos trampos rs a importância que eu e minha família vemos no meu trampo é trazer grana pra casa e pra mim mesmo é, sei lá, é a chance de ter a minha casa, construir a minha vida com a essa grana.


onerb: O que mais te desmotiva em um contexto geral? 

Ylá: Véi, o que me desmotiva? é acho muito difícil algo me desmotivar, quando de fato quero fazer alguma coisa, acho muito difícil algo me desmotivar, não sei o que me desmotiva.


onerb: Como você vê a produção independente? 

Ylá: Eu acredito que se trata ainda de uma maneira de sobreviver, saco? As pessoas que estão fazendo seus  corres independentes pelo menos as pessoas que eu conheço, pessoas que não nasceram em berço de ouro, pessoas que não são brancas, essas pessoas que estão fazendo um corre independente hoje estão fazendo por sobrevivência, estão fazendo porque emprego não está fácil ou estão fazendo porque foram ludibriadas no emprego, porque ganhavam pouco, porque não ganhavam direto, então, enquanto isso for sobreviver eu não acho legal, no dia que a gente tiver no topo, com todas as empresas que estão nascendo agora, aí eu vou achar maravilhoso, mas por enquanto eu acho que é só um meio de sobreviver nesse caos e nada mais.


onerb: Se pudesse realizar um sonho que envolvesse música ou seu trampo como trançadeira qual seria esse sonho? 

Ylá: Se eu pudesse realizar um sonho com música seria gravar um CD, um EP ou cantar com Djavan, meu denguinho rs super queria cantar com o Djavan um dia. E trançadeira é mais um hobbie, descobri por necessidade de fazer no meu próprio cabelo, não tenho grandes pretenções com esse lance de cabelo não, também não com música, minhas pretenções são outras mas se rolar com música, com cabelo, com qualquer outra coisa to de boa.



onerb: E chegamos ao fim de mais uma entrevista maravilhosa e a Ylá vai deixar uma mensagem pra vocês que desejam começar algum trampo independente e tem aquele medo/receio. Se inspire e SE TORNE ÚNICO, ONERB.


Ylá: Sempre, sempre vai ter alguém pra te jogar pra baixo, pra falar que seu lugar não é esse, que você não pode, ou que você não deve ou que você não faz bem aquilo você planeja fazer ou já está fazendo, mas entenda que o corre tem que ser pelo certo e quando o corre é pelo certo ele incomoda, certo? Não deixando isso te desestabilizar, só sucesso, é só sucesso, um cheiro, eu espero ter ajudado.

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