Esmeralda: por que não dancei
Quando minha mãe ingressou na universidade por volta de 2013, o curso de Serviço Social nos abriu caminhos, digo ‘nos’ porque eu ajudava em maior parte dos trabalhos acadêmicos e acabava lendo os livros e os filmes que a grade do curso pedia. Entre “Estação Carandiru”(1999), “A tragédia de Eloá: uma sucessão de erros”(2008), me lembro bem de “Esmeralda: por que não dancei” (2000), esse livro mexeu muito comigo, eu nunca tinha visto um livro assim, pelo título pensei que fosse uma dessas histórias sobre alguma bailarina desapontada por não ter participado de um grande espetáculo, mas o ‘dancei’ na verdade se tratava daquela expressão ‘se dar mal’ e nas primeiras páginas já consegui ver cada cena que Esmeralda contava e imaginava o motivo dela não ter dançado. A menina que foi estuprada pelo padrasto durante boa parte da infância e maltratada pela mãe, decide fugir de casa aos 8 anos e nós leitores já podemos imaginar o fim né? Esmolas, roubos, crack, crime, fugas da antiga Febem, esta...